Tuesday, October 03, 2006

Confissões embaralhadas

Noite fria era aquela , em que as estrelas se escondiam e as luzes tremeluziam ao longe, lá,
onde o destino me aguardava.Uma profusão de vozes na minha cabeça auspiciosamente sussurravam, diziam que sim e diziam que não. Queriam , mas repulsavam.Desejavam , mas sabiam que era pecado .Não havia um consenso , sabia-se somente que a liberdade prevalecia.
Mas já era hora , não sabia nem mesmo quem eu era, então de nada adiantaria fazer escolhas,quando não se tem o que compartilhar a única opção é a solidão.Quando o desejo de liberdade é maior que a própria vontade , não existe ato ou amor capazes de afastar esse desejo.Sou de todos , e não só de um.Quero abraçar o mundo , e não um ser somente.
Eu estive lá , enquanto ninguém me via. Observando , mesmo “não” estando presente, naqueles centros onde a alegria corria solta Fui só mais um , ou nem fui nada , passei despercebidamente,mas com olhos atentos , eu digo, que eu vi e tive meus alvos, que eu tenho sentidos aguçados, além da realidade presente.
Já agora fora de meus devaneios, era chegado o momento.As palavras sangravam da minha boca,escorriam com dor pelos meus lábios,agora intocáveis e desprezíveis;mas era preciso ser dito.O vazio se tornou profuso, se estendia cada vez mais lá dentro , e não podia fazer mais nada além de sentir e lamentar.
Hora de retornar,queria o caminho da ponte.O Rio lá em baixo, tristonho , capengava em seu leito.Queria que minhas mágoas fossem como o lixo, descartáveis e simples de lidar.Eu queria poder atirá-las no rio , ver ele carregar pra longe , ver a dores sumirem no horizonte e quem sabe um sorriso me caísse dos céus.Mas nada é assim....
Passos curtos , respiração ofegante , o silêncio cortante.Se eu morresse , não sentiria , pois não era nada.Era vazio, e era só.O próprio nada no meio do nada acompanhado de uma elegante sombra negra e moribunda.E nenhuma estrela para iluminar.

9 comments:

Sujeito da camisa listrada said...

Na minha concepção todos já se sentiram assim, de fora do contexto a observar a hipocrisia dos hedonistas...
Adorei o texto, e o blog també, seja bem vinda à blogosfera (se é que é nova ).

Rafael said...

She´s got it. Yeah baby, she´s got it. I´m your venus. I´m in fire. At your desire.

Killian said...
This comment has been removed by the author.
Killian said...

ótimo o texto...um pouco confusa, mas gostei... e bem vinda ao blog my dear ^^
:*

said...

concordo que esteja um pouquinho confuso, mas quem disse que as coisas tem que fazer sentido?
gostei da escolha do plano de fundo do blog... bela escultura, bela mulher :)

vai postando que nos vamos lendo! ;)

said...

ass: cadernocheio

Unknown said...

Ehhh tambem acho q todo mundo jah deve ter passado por isso, e se não passou, com certeza vai passar!

Marco Aurélio said...

As lágrimas põe para fora o sentimento em demasia, seja tristeza ou alegria. Não creio que tenha a ver com hedonismo, muito menos com hipocrisia, mas sim com a liberdade de que falava. Os pensamentos que desencontram que fazem as diferenças e giram o mundo como uma bola de neve, que só tende a crescer. Penso nas angústias como uma desilusão, que é causada pelo desencontro de idéias, é quando você se sente livre para ir e alguém lhe empede no meio do caminho.
Gostei do blog, e chega de falar. aheuaeuaheiuaheuia :)

Ullisses Salles said...

Que bom ver você escrevendo novamente. Não pare nunca mais menina. Estarei aqui, afoito por novos textos...

Beijos
Oin