Wednesday, December 05, 2007

Grito de fausto

O Curativo da ferida que não me pertence.
O monoabraço da multidão
A monogamia das orgias
A poligamia do romantismo
A feminilidade de marte
A masculinidade de vênus

A mentira desta verdade bruta
A brutalidade da delicadeza
O encanto da tortura
A imparcialidade do teu olhar fixo
O lado negro da lua
O pentagrama da tua bruxa

A língua da tua boca
Os dentes desta mordida
A luz que te lambe a face
As unhas que te rasgam as costas
A ira da tua mansidão

As pernas que te carregam nos olhos
Os olhos que carrego na mão
A maçã do pomar no Édem
O Édem,na escuridão lasciva
A estrela suspensa no céu noturno
O relâmpago efêmero da tua tempestade

A flor da tua coroa fúnebre
A graça da tua desgraça
O riso do vagabundo
O sorriso vertical que te enlaça
O poste que ilumina tuas ruas
O poste na esquina da prostitua

A prostituta embutida de cada mulher
O sangue que alimenta teu corpo
O corpo enfermo no leito
A morbidez da tua ferida
O curativo da ferida que não me pertence.

5 comments:

Sujeito da camisa listrada said...

Esse bem estar angustiante, tranquilidade horrorizante, liberdade que prende, sede que só embriaga e não cessa, inundação das antíteses que se chocam de frente e eletrecutam todo organismo. No fim cada um só tem o que é seu, por mais que se deseje.

Marco Aurélio said...

Pelo menos a cicatriz não vai ficar na sua pele, já que a ferida não lhe pertence... O grande problema é fazer curativo no imaginário, no invisível, na invenção.

Anonymous said...

O revolucionário da tua causa
A causa do ideal
O intrínseco do teu exterior
O exterior de teu imo
A viração do esquecimento
O alvoroço do teu sonho
O consciente de tua insanidade
A firmeza maleável da ambiguidade
A invenção da pilhéria e da verdade
As palavras das expressões
As expressões de uma palavra...

Anonymous said...

Os pensamentos começam distintos, variados, ramificados.
Logo viram simples invenções doutras vontades, ideologias ou fatos.
Invenções, (em partes) sobretudo precisos (em casos).

Anonymous said...

vejo que voltou a escreve, já que última vez que eu tinha entrado aqui, ainda tava o texto daquele dia aqui em casa do genghis khan, é como o marco disse curativo no imaginário é muito pior pôs a dor é muito além de ser imaginária é mais intensa e não adianta tomar painkillers pra isso